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Universidades Politécnicas serão decisivas para dinamizar Interior do País e atrair investimento

Conferência promovida pela Delta, em Campo Maior, destacou o papel fulcral que o Ensino Superior Politécnico tem na dinamização dos territórios de baixa densidade demográfica e no contributo para a inovação nas empresas.

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A conferência “O Ensino Superior Enquanto Dinamizador do Desenvolvimento e da Coesão Territorial”, promovida pela Delta no Centro Internacional de Pós-Graduação Rui Nabeiro, em Campo Maior, ficou marcada por um ponto transversal a todas as intervenções. O Ensino Superior Politécnico pode desempenhar um papel determinante na dinamização dos territórios de baixa densidade demográfica, aproximando as instituições ao mercado de trabalho e sendo um player fulcral nas cadeias de inovação das empresas.

Nas conclusões do evento, que ficaram a cargo do professor Jorge Conde, vice-presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), ficou clara a importância das Instituições de Ensino Superior na atração de novos públicos para territórios tradicionalmente despovoados. Porém, para tal, é imperioso o País estar dotado de instituições fortes, com capacidade para atrair talento nacional e internacional. A captação de novos estudantes, designadamente junto das comunidades de língua portuguesa, bem como de outras nacionalidades, é um passo importante nessa capitalização do talento humano.

Num momento em que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior procede à reavaliação do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) e que se discute no Parlamento uma iniciativa legislativa proposta por um grupo de cidadãos, que pretende ver atribuída ao Ensino Superior Politécnico a capacidade para outorgar Doutoramentos, foram apresentados casos de sucesso internacional neste campo.

O exemplo das universidades tecnológicas da Irlanda foi paradigmático pelo reconhecimento que foi alcançado para a empregabilidade dos estudantes e para a perceção nacional e internacional do que são universidades tecnológicas e onde são formados os estudantes.

Um papel que, segundo os responsáveis do CCISP, pode ser desempenhado de forma simples pelo Ensino Superior Politécnico se lhes for permitido a outorga do grau de Doutoramento e a alteração da denominação para Universidades Politécnicas.

O reconhecimento internacional obtido de forma quase automática, por similitude com as nomenclaturas utilizadas um pouco por toda a Europa, irá reforçar a capacidade das futuras Universidades Politécnicas de atrair investimento internacional.

Outra das conclusões da conferência, que contou com uma palestra do Comendador Rui Nabeiro logo na abertura, diz respeito ao impacto direto que os doutoramentos mais profissionalizantes podem ter nas cadeias de inovação das empresas. Nesta área, sublinhe-se, nenhuma instituição está mais capacitada do que os Politécnicos para desenvolver estes doutoramentos de interface em cocriação com as empresas e ao serviço do desenvolvimento regional e da coesão nacional.

Em suma, ficou claro o alargado consenso sobre a urgência e a necessidade dos Politécnicos poderem atribuir doutoramentos, mas também a decisiva alteração da designação para Universidades Politécnicas, quer a nível nacional quer internacional, e, também, que esta alteração será absolutamente decisiva na atração de estudantes, na sustentabilidade das instituições, no desenvolvimento das regiões e na competitividade internacionais do ensino superior português na sua globalidade.

Sobre o CCISP
O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos é um órgão colegial, com várias competências, de representação conjunta dos estabelecimentos públicos de ensino superior politécnico. Integram-no todos os institutos superiores politécnicos públicos, bem como escolas superiores não integradas. Têm também assento no CCISP as universidades dos Açores, Algarve, Aveiro, Évora e Madeira. Além da representação conjunta dos seus membros, a sua principal competência é a emissão de pareceres e posições sobre assuntos que digam respeito a matérias relacionadas com o ensino superior. Trata-se, pois, de uma entidade de consulta do ministério com a tutela do ensino superior, sendo, igualmente, chamado a tomar posição junto de outros organismos, como a Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, e a participar em reuniões preparatórias de projetos com parceiros públicos e privados.

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