Informativo Digital de Trás-os-Montes e Alto Douro

Um Perigo para a Humanidade

Imagine agora o leitor que a Rússia não dispunha da paridade nuclear que tem com os Estados Unidos. E também que a China não se encontrava num caminho ascendente da sua globalidade nacional, mas por igual no da paridade nuclear com os Estados Unidos e com a Rússia.

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Como já hoje se percebe facilmente, os Estados Unidos foram bastante ultrapassados, em muitos domínios, pela China. E também ainda não conseguiram pôr um cobro na paridade nuclear com a Rússia de hoje. Além do mais, é já reconhecida a conflitualidade interna norte-americana, que traduz uma sociedade que se constitui numa objetiva plutocracia e onde a generalidade dos direitos sociais, ainda hoje presentes no espaço europeu, estão quase ausentes.

Contrariamente ao normalmente vendido pela grande comunicação social ocidental, onde a generalidade dos comentadores de serviço se mostra cabalmente dependente da política externa do seu país, este alinhado, quase incondicionalmente, com os Estados Unidos, estes não são, objetivamente um Estado de Direito Democrático. Basta recordar a histórica entrevista de Donald Trump ao 60 Minutos, onde salientou ser impossível estender os votos a todos os norte-americanos, porque se assim se procedesse, o Partido Republicano nunca mais sairia vencedor em eleições futuras.

Por esta época do ano é tradicional formular-se a familiares, amigos e conhecidos os votos de um Ano Novo melhor, com paz e saúde. No tempo que passa, tais votos poderão materializar-se numa endemia do vírus que nos tem vindo a fazer sofrer, mas será bem melhor que se peça a Deus que uma nova grande guerra não venha a ser trazida ao mundo pelas políticas belicistas dos Estados Unidos, desde o conflito que vem alimentando com a China, por ter esta ultrapassado o inimaginável, até às constantes provocações contra a Rússia, tudo suportado numa grande comunicação social realmente dependente, conivente e cobarde. E também com algum grau de acefalia.

Imagine agora o leitor que a Rússia não dispunha da paridade nuclear que tem com os Estados Unidos. E também que a China não se encontrava num caminho ascendente da sua globalidade nacional, mas por igual no da paridade nuclear com os Estados Unidos e com a Rússia. Num cenário destes, não custa perceber que os Estados Unidos, naturalmente sempre possuidores de armas de todo o tipo, incluindo as nucleares e outras, passariam a estar em condições de entrar pela Rússia dentro, fazendo o mesmo com a China, atacando-a onde bem entendessem. E sempre, como a História nos mostrou, consigo arrastando a colaboração caraterizada pela permanente fraqueza europeia.

É num tempo com estas caraterísticas, para mais com os tradicionalmente belicistas democratas no poder norte-americano, que António Guterres nos voltou agora a pedir um fim na posse de armas nucleares!! É uma ideia estranha e extremamente perigosa. E também fortemente enviesada, porque Guterres sabe muitíssimo bem que os Estados Unidos nunca deixariam de manter a posse de armas nucleares, embora sempre recusando possuí-las e negando qualquer controlo internacional, de resto objetivamente impossível.

Convém aqui que o leitor tenha presente a histórica negação da África do Sul do apartheid, bem como a de Israel, que durante décadas negaram possuir armas nucleares. Só com o fim do apartheid se reconheceu que o primeiro daqueles Estados possuía cerca de uma dúzia de bombas nucleares, rapidamente retiradas do controlo do novo Estado integracionista. E de Israel, em boa verdade, o que continua a escutar-se nos dias de hoje oscila entre a negação e o silêncio. Bom, e as Nações Unidas, tal como Francisco, lá estão, como se tem podido ver, pedindo um passo em frente no caminho de uma guerra em larga escala, certamente ao redor do que se viria a saldar em futuras lutas de natureza civilizacional.

Como pude já expor, é no Ocidente que se concentram quase todas as estruturas do Direito Internacional Público. São estruturas que não são, de facto, independentes dos interesses ocidentais, mormente do poder de comando dos Estados Unidos. As próprias Nações Unidas só sobrevivem – até se situam em território norte-americano…– por via do dinheiro vindo dos cofres dos Estados Unidos. E mais: para um diplomata de um Estado membro das Nações Unidas se deslocar a estas, é preciso que não lhe seja negada a entrada em território norte-americano…

Pois, são estas Nações Unidas, hoje lideradas por António Guterres, que têm a triste ideia de por andarem a pedir o fim das armas nucleares, sabendo bem que tal realidade conduziria o mundo a uma nova grande guerra, aparentemente sem armas nucleares – os Estados Unidos nunca deixarão de as manter –, mas com um vencedor garantido: o Ocidente, suportado, em essência, na perspetiva católica romana da vida. Uma triste ideia, esta de Guterres, que não passa de um perigo para a Humanidade.

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