Silêncios a Ocidente
Imagine o leitor que o que está a passar-se em Israel se desenvolvia na Federação Russa, ou na China, ou em Cuba, ou no Irão, por exemplo. Bom, não é preciso ser-se muito sabedor para se deduzir que tudo seria hipertrofiado num ápice, mormente por via da grande comunicação social, mas também pela intervenção pública nos grandes areópagos, nacionais ou internacionais.
A vida política no mundo destes dias está transformada numa autêntica farsa, onde o mal é visto e apontado nuns casos, e silenciado noutros. No fundo, a hipocrisia da conveniência. Ainda assim, uma realidade que tem vindo a agudizar-se de modo vertiginoso, o que se torna mais visível por via da grande informação hoje circulante nas sociedades.
Imagine o leitor que o que está a passar-se em Israel se desenvolvia na Federação Russa, ou na China, ou em Cuba, ou no Irão, por exemplo. Bom, não é preciso ser-se muito sabedor para se deduzir que tudo seria hipertrofiado num ápice, mormente por via da grande comunicação social, mas também pela intervenção pública nos grandes areópagos, nacionais ou internacionais.
Indubitavelmente, a grande comunicação social lá vai dando um ar da sua graça, embora a anos-luz do que debita, ao dia-a-dia, sobre a Federação Russa, mormente do Presidente Vladimir Putin. Em contrapartida, a classe política das designadas democracias dá-nos o seu silêncio cabal, sem quase pestanejar em face do que Netanyahu está a operar em Israel.
Também as Nações Unidas, com relevo muito especial para António Guterres, quase não se têm ouvido. O que até se compreende, dado que Guterres, logo na sua campanha para aceder ao cargo que hoje ocupa, nunca abordou o conflito entre israelitas e palestinos. E muito menos colocou as constantes violações de Israel às determinações das Nações Unidas perante a apreciação da Assembleia Geral.
De Francisco, como seria de esperar, chega-nos também o silêncio, o que até se consegue compreender, dada a forte possibilidade de poder surgir do poder israelita uma qualquer referência ao silêncio em face do Holocausto.
Também a União Europeia, sempre tão pressurosa na defesa (aparente) da democracia, e dos correspondentes valores (teóricos) de suporte, se mostra completamente ausente de uma mínima palavra pública. E como seria, se tudo isto, agora a passar-se em Israel, estivesse a ter lugar na Federação Russa, na China ou em Cuba? Bom, seria um verdadeiro vendaval de críticas.
Encerro este texto com a nova terminologia introduzida neste passado domingo por Nuno Rogeiro, ao referir-se ao Presidente Vladimir Putin: é espantoso o cinismo ocidental em face da balbúrdia que está a ser criada em Israel pelo arguido Netanyahu. Uma expressão tecnicamente correta, mas que não pretende ofender, dado que não ofendo quem quer que seja. Tal como nos disse Nuno Rogeiro ser o seu caso. E já agora: Sarkozy ainda continua com o estatuto de arguido?
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