“perpetuum mobile”, poema de Carlos d’Abreu
Poemário, rúbrica de Carlos d’Abreu, raiano do Douro Transmontano (1961), Geógrafo (USAL/UC), Arqueólogo (UP/USAL) e Historiador (UPT/USAL), colaborador do Centro de Literatura Portuguesa (UC); investigador, poeta (e diseur), antologista e tradutor; conta com várias publicações nestas áreas.
perpetuum mobile
Ó vento da Senábria
sabeis novas do meu Amigo?
E o cieiro de Riballago
nada me diz!
Ó barca d’Alvia
tendes novas do meu Camarada?
E a névoa de Vegaterrón
nada me diz!
Ó graben do vale Arícia
haveis novas do Leandro?
E o revérbero tectónico
nada me diz!
Até que soa uma voz rouca e tronante
proveniente das Arribas sempre a Leste:
– sossegai, sossegai, que o vosso paisano
ainda não encenou o último acto!
– Mas a que peça pertence esse acto? – perguntei.
– À do Teatro em (perpétuo) Movimento! – respondeu!
Carlos d'Abreu
“perpetuum mobile”, integra o livro de poesia “[des(en)]cantos e (alguns) gritos“, de Carlos d’Abreu, editado em 2017 sob a chancela da editora Lema d’Origem.
In Leandro Vale em movimento (2.º acto: amigos nos camarins), coord. Carlos d’Abreu, Carviçais, Lema d’Origem Editora / RIBACVDANA, 2016, p. 49 (com o pseudónimo Álvaro Diz de Mazores).
“A narratividade dos poemas, associada ao tom coloquial, constitui outro traço distintivo da poética do autor. Muitos dos carmes, em todos os andamentos, evocam as narrativas mágicas e imemoráveis que vão passando de geração em geração. Esta narratividade, coadjuvada pelo ritmo rápido e cadenciado da quadra, predetermina a atenção do leitor para a reflexão e a procura de ‘novos sentidos e possibilidades’”.
Créditos da imagem:Jorge Abreu Vale
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