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Mirando a Escala Beaufort

Esta resposta, de parceria com o modo heroico como a grande comunicação social foi tratando o almirante Henrique de Gouveia e Melo, terá conduzido este às mais recentes declarações que se lhe puderam escutar. De resto, declarações que se foram sucedendo por via de outras tantas adaptações do próprio ao tempo político que terá estimado como em curso de desenvolvimento.

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Quando há dias acompanhei a tomada de posse de Henrique de Gouveia e Melo como Chefe de Estado-Maior da Armada, de pronto me ocorreu a Escala Beaufort, que tive a oportunidade de estudar ao redor das disciplinas de Hidrologia, Hidrologia Complementar e Recursos Hídricos e Hidráulica Marítima, ambas com dois professores infelizmente já falecidos, com um deles a ter sido aluno do outro e com idades muito diferentes.

Eu próprio tive a oportunidade de realizar um conjunto de slides sobre os estados de mar correspondentes aos diversos níveis da Escala Beaufort, a partir de fotografias que encontrei em certa revista de Hidrologia, e que ofereci ao académico mais novo dos atrás referidos, a fim de que os projetasse nas suas aulas, se assim viesse a entender. Por uma daquelas razões difíceis de materializar, eu tive sempre uma grande atração pelo mar, tendo apreciado, sobremaneira, a Escala Beaufort.

Ora, no mais recente O PRINCÍPIO DA INCERTEZA, que nos surgiu no passado domingo, António Lobo Xavier defendeu, de um modo fortíssimo e convincente, a sua ideia de que esta chegada do novo Chefe de Estado-Maior da Armada se irá saldar num altíssimo grau da Escala Beaufort, para usar a tal escala sempre muito apreciada por mim desde os bancos da academia.

Acontece que na noite desta recente segunda-feira, na sua entrevista à CNN Portugal, com Anabela Neves, António Costa teve a oportunidade de garantir que não virá nunca a ser Presidente da República. Um dado que tomo aqui como apresentando elevada probabilidade, embora o atual Primeiro-Ministro seja, indiscutivelmente, o membro do PS com melhores condições para concitar o apoio de uma ampla maioria de votantes portugueses.

Esta resposta, de parceria com o modo heroico como a grande comunicação social foi tratando o almirante Henrique de Gouveia e Melo, terá conduzido este às mais recentes declarações que se lhe puderam escutar. De resto, declarações que se foram sucedendo por via de outras tantas adaptações do próprio ao tempo político que terá estimado como em curso de desenvolvimento. Em todo o caso, e por começar a acreditar que uma candidatura de Henrique de Gouveia e Melo ao Presidente da República é realmente possível, também tenho de acreditar que as previsões de António Lobo Xavier não se virão a materializar. Ao menos, a partir de iniciativas do novo Chefe de Estado-Maior da Armada.

Por fim, o caso do anterior líder militar da Marinha, o almirante António Maria Mendes Calado. Também eu tenho de assumir aqui a ideia de que me pareceu pouco lógica esta sua saída, para mais nos moldes que se conhecem. É verdade que, como militar, ele teria sempre de cumprir a nova legislação militar, prestes a entrar em vigor. Todavia, seria sempre essencial dispor, naquela liderança, de alguém que garantisse a ausência de tergiversações, mesmo que mui limitadas, mas que poderiam minar o espírito de aplicação da tal nova legislação militar. Por dever ser esta a realidade, talvez se tenha evitado escolher mais cedo Henrique Gouveia e Melo, até por este ter de garantir o apoio à força-tarefa da vacinação. E também este meu modelo serve para explicar a tentativa de João Gomes Cravinho, no sentido de substituir Mendes Calado por Gouveia e Melo. Para a aplicação do novo modelo legal, quanto mais cedo se pudesse dispor de um apoiante do mesmo, melhor. O problema foi a situação em que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa acabou por se ver colocado, entre uma ideia com que concordava e a sua imagem em face de António Mendes Calado.

De um modo simples: é agora minha convicção – O PRINCÍO DA INCERTEZA terá dado um bom contributo – de que a previsão de António Lobo Xavier não virá a materializar-se.

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