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CCDR-Norte distingue Graça Morais como “Personalidade do Norte 2022”

Pintora é distinguida pelo seu “relevante e singular legado artístico e cultural” e pelo “nortenho telurismo mágico da sua obra”.

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Pelo seu génio criador profundamente arraigado às suas origens nortenhas, e o seu indelével contributo no desenvolvimento das Artes e da Cultura, a CCDR-NORTE distinguiu a pintora Graça Morais ontem, quarta-feira, 30 de novembro, como “Personalidade do Norte 2022”.

A distinção teve lugar no contexto do 2.º Fórum Autárquico da Região Norte, em Viana do Castelo. Em 2021, na primeira edição do evento, a personalidade distinguida foi o arquiteto Siza Vieira.

O Presidente da CCDR-NORTE, António Cunha, sublinha o “relevante e singular legado artístico e cultural da artista, profundamente arraigado às suas raízes transmontanas e, simultaneamente, universalista”.

No filme de apresentação da distinção, a CCDR-NORTE destaca o “telurismo mágico transmontano” de Graça Morais, “telurismo que é a porta franqueada para um universalismo que reflete sobre a existência e as suas contradições – a condição humana e, em particular, a feminina”.

O prémio entregue foi constituído por uma peça escultória da autoria de Cristina Massena, arquiteta da “Escola do Porto”, produzida pelo “Done Lab” da Universidade do Minho e da BOSCH, em Guimarães, com recurso a tecnologia de manufatura aditiva avançada.

Maria da Graça Pinto de Almeida Morais. Nascida em 1948 em Vieiro, Trás-os-Montes. Aos 9 anos, em Moçambique, recebe do seu pai a primeira caixa de aguarelas. Regressa à aldeia pouco depois.

Forma-se em Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, sendo depois bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris. O coração da Europa coloca-a em contacto com as grandes correntes artísticas, sem lhe apagar o apego às origens.

Entre 1974 e 2019, realiza e participa em mais de uma centena de exposições, no país e no estrangeiro. A sua obra está representada nas grandes coleções de arte contemporânea em Portugal e em diversas outras além-fronteiras.

Criou cenografias para teatro e é autora de painéis de azulejos em Lisboa, Bragança, Vila Real, Porto e Moscovo, entre outras cidades. Ilustrou dezenas de obras de escritores e poetas portugueses, como José Saramago, Sophia, Agustina, Torga e Manuel António Pina, entre muitos outros. A sua vida e obra inspiraram espetáculos e filmes documentais.

Em 2008, vê inaugurado o Centro de Arte Contemporânea com o seu nome, em Bragança, da autoria do arquiteto Souto Moura, numa exposição retrospetiva do seu percurso.

Vence inúmeros prémios em Portugal e no estrangeiro. Entre outros, é distinguida com o Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira e o Grande Prémio Aquisição da Academia Nacional de Belas-Artes. Foi agraciada com o “Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, e com a Medalha de Mérito Cultural pela Ministra da Cultura, Graça Fonseca.

É membro da Academia Nacional de Belas Artes e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), atribuição realizada já em 2022.

Vive e trabalha entre Trás-os-Montes e Lisboa.

Não se inibe de olhar o mundo, denunciando na sua obra ameaças de agressão sobre a condição humana, a cultura e a natureza. “A minha pintura é a grande luta que tenho neste mundo, como pessoa também, como cidadã.”

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Fonte desta notícia: CCDR-Norte

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