Castelos, parques verdes e largos das aldeias vão ser os palcos do Filandorra
A adaptação dos contos “proibidos” da tradição oral das terras do Barroso que Bento da Cruz reproduziu na obra Histórias da Vermelhinha é outra das produções que integram o cartaz da iniciativa Ciclo de Teatro de Verão.
Publicidade
A Filandorra – Teatro do Nordeste arranca esta semana com a iniciativa Ciclo de Teatro de Verão no “meu querido mês de Agosto” com castelos, jardins, parques verdes, praças e largos de vilas e cidades do interior norte a servirem de “palco” para representações teatrais dirigidas a todos os públicos, de autoria de Shakespeare, Gil Vicente e Bento da Cruz.
A divertida comédia “O Velho da Horta” de Gil Vicente, que conta a história de um Velho honrado e muito rico, de seu nome Fenandeanes, de alcunha O da Bota porque tinha a mania de calçar botas diferentes, que se enamora por uma moça, e a engano de uma alcoviteira perde a sua fortuna, é o espetáculo que nesta primeira semana de Agosto faz a abertura de três festivais de artes e teatro que acontecem na região. A 3 de Agosto abre o Festival Sabrosa Summer Fest, com o espetáculo a decorrer no Anfiteatro da Fonte Luminosa (21h30), a 4 de Agosto (21h30) o V Festival de Teatro de Rua de Chaves, que este ano tem o seu palco no Largo General Silveira, e a 5 de Agosto apresenta-se no FARPA – Festival de Artes de Pombal de Ansiães (22h00), numa organização da ARCPA – Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Anciães com a qual a Companhia colabora na revitalização do grupo de teatro amador.
A adaptação dos contos “proibidos” da tradição oral das terras do Barroso que Bento da Cruz reproduziu na obra Histórias da Vermelhinha é outra das produções que integram o cartaz da iniciativa Ciclo de Teatro de Verão, que vai “subir” ao palco da aldeia de Torgueda, em Vila Real no próximo dia 7 de Agosto, pelas 19h00.
A mais recente produção da Companhia, “Sonho de Uma Noite de Verão” de William Shakespeare, também faz parte desta digressão por castelos, jardins e parques verdes do interior do país. A maior produção de sempre da Filandorra, que envolve cerca de 25 pessoas entre actores e técnicos, “fecha” este ciclo de teatro tendo como cenários o Parque Fluvial do Rio Teixeira em Mesão Frio, no dia 6 de agosto (21h30), os jardins do Castelo de Montalegre a 8 de Agosto (22h00), o Parque Verde de Artes e Ofícios de Vinhais às 21h30 do dia 9, os jardins e arvoredos da piscina municipal de Vila Flor no dia 10 pelas 21h30, e a 11 de Agosto a Companhia apresenta-se em Miranda do Douro, município bem no interior da região e com o qual estabeleceu recentemente um Protocolo de Cooperação dos domínios da animação teatral, para “viajar” ao encontro do reino de Oberon e Titânia, rei e rainha das fadas, que cenicamente vai ser instalado nas ruínas do paço episcopal numa simbiose perfeita entre o património e a performance teatral.
Recorde-se que Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare, a 80ª produção deste coletivo teatral que se apresentou em estreia no passado dias 25 e 26 de julho no Teatro de Vila Real, com grande afluência de público que esgotou as duas sessões, é uma das produções do projeto “Reportórios, Territórios e Identidades” apoiado pela DGartes.
Lançada em 2021, a iniciativa Ciclo de Teatro de Verão “Meu querido mês de Agosto” tem o apoio dos municípios parceiros da Filandorra, e tem como objetivo proporcionar às populações do interior o (re)encontro entre gerações nas noites quentes de verão num harmonioso convívio entre público, teatro e cultura portuguesa, a que não é alheio o facto desta época do ano ser marcada pelo regresso de milhares de emigrantes às vilas e aldeias da região.
Publicidade