Alguns autarcas transmontanos querem revisão de critérios do estado de emergência
Alguns autarcas transmontanos não estão de acordo com os critérios que estabelecem as restrições do estado de emergência em territórios de baixa densidade, como é o caso de Trás-os-Montes e Alto Douro.
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Alguns autarcas transmontanos não estão de acordo com os critérios que estabelecem as restrições do estado de emergência em territórios de baixa densidade, como é o caso de Trás-os-Montes e Alto Douro. João Gonçalves, presidente eleito pelo PSD no concelho de Carrazeda de Ansiães e Artur Nunes, eleito pelo PS no concelho de Miranda do Douro, pedem ao Governo a revisão de critérios para os territórios de baixa densidade.
João Gonçalves defende que o elevado risco de propagação do novo coronavírus deve ser revisto, principalmente nos municípios que têm menor densidade populacional, como é o caso de Carrazeda de Ansiães, disse o autarca citado pela Agência Lusa.
Estas restrições impostas pelo estado de emergência trazem aos territórios já por si debilitados um acréscimo de dificuldades e impactos de elevada magnitude nas economias locais. “Vemos grandes impactos económicos no turismo, na restauração e no alojamento, porque não se pode circular durante vários períodos de tempo neste concelho. Apelo a uma revisão da fórmula de cálculo nos concelhos de baixa densidade populacional, como o caso de Carrazeda de Ansiães“, disse o autarca João Gonçalves.
O concelho de Carrazeda de Ansiães apenas registou 17 casos de covid-19 em 14 dias, num universo de 5.666 habitantes distribuídos por uma área de 280 quilómetros quadrados, mas mesmo assim entrou esta semana “para a lista vermelha dos concelhos elevado grau de contágio“.
No entanto, o autarca disse à Lusa que irá acatar todas as regras impostas, ao mesmo tempo que apela aos seus munícipes para que respeitem todas normas decretadas pelas entidades de saúde pública e pelo Governo. “Nesta fase da pandemia temos todos de redobrar esforços para cuidarmos de nós e levarmos a sério as normas emanadas pela Direção-Geral da Saúde“, salientou João Gonçalves, citado pela Lusa.
Também Artur Nunes, presidente da Câmara de Miranda do Douro e da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás – os – Montes, defende a necessidade do Governo rever a fórmula de cálculo para a integração dos concelhos de baixa densidade na lista de elevado risco de transmissão do novo coronavírus.
“Há que ter alguma cautela em relação a esta linha vermelha porque o país não é todo igual. Não podemos comparar regiões de baixa densidade populacional com áreas como a da Grande Lisboa ou Grande Porto“, defende Artur Nunes.
Segundo o autarca transmontano terão que ser encontradas novas formas de cálculo para estes territórios, já por si muito deprimidos economicamente.
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