As coisas evidentes que ninguém fala
Também nunca se chegou a saber o que apurou a Agência Internacional de Energia Atómica sobre o local de onde eram lançados os mísseis contra o terreno que envolvia a central nuclear que andou na berlinda.
Na recente passagem do primeiro ano sobre o início da grande batalha da Ucrânia, o Papa Francisco interrogou-se – interrogou-nos a todos – deste modo: já terá sido feito tudo para parar a guerra? Ora, uns dias antes, Francisco havia pedido um cessar-fogo na Ucrânia e o início de negociações de paz: faço um apelo a todos aqueles que têm autoridade sobre as nações para que se envolvam no fim do conflito, concordem com um cessar-fogo e iniciem as negociações de paz.
Acontece que a China surgiu há dias com uma proposta de base para uma discussão sobre um plano destinado a levar a paz à Ucrânia. Foi uma base de partida, naturalmente aberta e pouco precisa, mas deixando o conveniente campo de manobra para uma aventura séria e construtiva em favor de um cessar-fogo e da construção da paz. Infelizmente, temos tido a oportunidade de voltar agora a constatar a razão imposta, quase desde o início, pelos Estados Unidos à Ucrânia: nada de parar a guerra, e muito menos aproveitar esta iniciativa da China.
Todos recordamos a destruição dos gasodutos, ação posteriormente estudada pela Suécia, mas de que ninguém pretende falar. E sabe-se hoje, pela pena de um jornalista famoso, que a referida destruição foi perpetrada pela Marinha dos Estados Unidos. Uma explicação fornecida pelo referido jornalista e num jornal norte-americano. Simplesmente, ninguém fala deste caso e desta revelação, muito em especial o nosso concidadão Jorge Silva Carvalho, que pôde assim ver que a credibilidade dos Estados Unidos, para os que de si dependem, continua em alta. É que não há moral nem princípios, ao contrário do que deixou subentender numa sua intervenção televisiva.
Também nunca se chegou a saber o que apurou a Agência Internacional de Energia Atómica sobre o local de onde eram lançados os mísseis contra o terreno que envolvia a central nuclear que andou na berlinda. E convém recordar que o respetivo líder assegurou que nos daria uma tal resposta. Mas não deu. Nem sobre o tema alguma vez se voltou a falar, sem que a tal credibilidade invocada por Jorge Silva Carvalho se visse posta em causa. É que no Ocidente já não há moral nem princípios.
Mais recentemente, mal surgiu a público a tal proposta da China, eis que de pronto a revista Der Spiegel, por via de fontes não reveladas, nos veio dizer que a fabricante chinesa Xian Bingo Intelligent Aviation Technology estaria a negociar a venda de ‘drones’ ao Kremlin. E teria esta empresa concordado em fabricar e testar 100 protótipos de ‘drones’ ZT-180 antes de entregá-los ao Ministério da Defesa da Rússia em abril de 2023. Simplesmente, isto não passa de uma notícia, por acaso – ou não? – muito conveniente para os objetivos dos Estados Unidos e do Ocidente de si dependente, militar e politicamente.
Num ápice, eis que os Estados Unidos também parecem agora estar certos de que a China poderá estar a preparar-se para fornecer material militar letal à Federação Russa. Mais uns dias, e lá estará já ela a fornecer esse material. E se os Estados Unidos o dizem, de pronto esse político de referência mundial, que é Josep Borrell – é o momento da gargalhada –, se juntou ao coro do chefe: a entrega de armas à Rússia seria cruzar uma linha vermelha nas relações com a União Europeia. Excelente. Fantástico! Supremo!! Divino!!!
Finalmente, o COVID, o mais recente coelho tirado da cartola da impostura posta em andamento, e mundialmente, pelos Estados Unidos. Para lá de uma diversidade de cientistas, e de certa agência norte-americana, parece que também o FBI nos vem agora garantir que tudo faz crer ter sido a Chia, por via de uma fuga casual. A peça (de teatro) está até bem montada, porque nos conta que há divergências por parte de outras agências dos Estados Unidos. Só não nos conta o nome dessas agências. De modo que se pode já hoje prever o futuro próximo: afinal, as agências que têm ainda dúvidas, vão deixar de tê-las, passando a concluir, qual coro bem afinado, o que a política externa norte-americana precisa para tentar condicionar a decisão chinesa. Um mimo de se tirar o chapéu! Um verdadeiro curso sobre impostura em política externa à americana.
Seria bom que o Papa Francisco tivesse a coragem de expor publicamente que se impõe, a todos, aproveitar todas as iniciativas viradas para criação de um cessar-fogo e da posterior tentativa de conseguir a paz. Incluindo a que se diz estar a ser tratada através do Vaticano, e onde as ideias centrais serão as de “reconciliação” e de “perdão”. Mas será Francisco capaz de aguentar a fúria
norte-americana perante uma tal iniciativa, mormente se vier a ver a luz do dia? Ou assistir-se-á a novo ataque, porventura mais violento, como o do Stoltenberg há uns bons meses? Portanto, caro leitor, esteja atento, e perceba quem é que não deseja, de facto, parar a guerra.
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